ABC

Uma professora do colégio estava contando ontem que a melhor amiga da filha dela se chama Wemilly, com som de U no começo. A professora do primeiro ano então começou a se queixar da trabalheira que dá ensinar os pequenos pré-alfabetizados a escrever esses nomes escabrosos. Por mim acho ótimo, já chegam todos ao segundo ano familiarizados com kk, ww e yy da língua inglesa, que aliás agora pertencem oficialmente ao nosso alfabeto também. Poupa trabalho meu de ensiná-los a fazer um k cursivo (dificílimo) ou diferenciar um w de dois uu.
Por coincidência hoje testemunhei a seguinte conversa entre o motorista e a cobradora do ônibus:
"Poxa, fulana, estou tão feliz, minha filhinha nasceu ontem!"
"Parabéns, fulano, como vai chamar?"
"Eu queria colocar Alice, mas minha mulher não gosta..."
"Olha, minhas três filhas se chamam Isabelly, Marianny e Tamires Gabrielly - todas com y!" (as letras dobradas são licença poética minha, mas alguém duvida que sejam?)
Concluí que na classe média baixa o K, W e Y já faziam parte do nosso alfabeto muito antes do acordo ortográfico. E temi pela pobre filha do motorista, que provavelmente não terá a chance de ter um nome decente. Ou então será Hallycy.

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