Planos desfeitos

Eu tinha planos para meu futuro sobrinho que ainda não está nem no projeto. Eu pretendia calçá-lo com All Stars antes mesmo dele aprender a andar. Pretendia também apresentá-lo à discografia do White Stripes antes dos cinco anos e ensiná-lo inglês com os livros do Dr. Seuss. Mas, acima de tudo, meu projeto mais importante consistia em transformá-lo em um ponte-pretano apaixonado.
Não, coleguinhas, não sou uma fanática pela Macaca campineira. Aliás, mal gosto de futebol e acompanho o Curíntia com algum interesse por culpa de Queridão. O projeto de transformar meu ainda não nascido sobrinho em ponte-pretano tinha o único intuito de irritar o futuro pai dele, meu cunhado, sócio torcedor do Guarani. Aos não iniciados em rixas futebolísticas campineiras, explico. Não há desgraça maior na vida de um fanático pelo time do indiozinho que ter um filho ponte-pretano. Que seja gay. Que seja maconheiro. Mas que não vibre pela Macaca.

Infelizmente minha irmã muda-se com o marido para Brasília daqui a dois meses, me obrigando a abortar tão nobres planos. Terei que me conformar com o fato de que meu sobrinho, na melhor das hipóteses, vai torcer pelo Gama. É a vida.

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