O dia em que eu joguei a toalha
Relação professor-aluno pode ser uma coisa bem delicada. Entre os adultos, principalmente, não é raro aparecer alguém que esteja mesmo é precisando de terapia e não de aulas de inglês. Com aulas particulares, então, o problema é mais sério - são duas pessoas que passam muito tempo juntas e podem muito bem não ter nada em comum. Por mais profissional que seja o ambiente, elas podem acabar se chocando pelo simples fato de que professor NÃO é psicólogo e não pode portanto carregar para si frustrações e problemas alheios. Entretanto esse "choque" normalmente é contornável e gera, no máximo, uma dor nas costas de tensão ao fim da aula.
Não vou entrar nos detalhes burocráticos que me levaram ao choque com esta aluna especificamente. Trata-se de um história longa e cheia de detalhes chatinhos que não vem ao caso. Basta saber que ela é uma mulher arrogante, adepta da filosofia "tô pagando" e muito mal educada com recepcionistas, segurança, faxineiras e qualquer outra pessoa que julgue "subalterna". Comigo, entretanto, sempre tinha sido um doce - sorridente, solícita, cheia dos elogios.
Como aluna era um pé no saco - meio burrinha, preguiçosa e desleixada, mas ainda assim exigente. Questionava meu método e passava horas argumentando que tal estrutura gramatical estava errada porque NÃO EXISTE EM PORTUGUÊS. É o tipo de pessoa que cimenta uma idéia (quase sempre equivocada) na cabeça e nem um guindaste é capaz de convencê-la do contrário. Passar três horas por semana com ela estava se tornando um sofrimento que eu levava adiante porque né, sofrimento é parte do pacote chamado "trabalho."
Até que, depois de uma discussão sobre horas-aula se esgotando (discussão aliás que já tinha acontecido milhões de vezes com o coordenador) ela gritou comigo e me chamou de "moça de recados da secretaria". Nesse momento não vi outra alternativa a não ser dizer: "Fulana, me desculpe, mas eu não consigo mais dar aulas pra você" e sair da sala.
Sim, eu abandonei uma aluna no meio da aula. Desisti. Sim, não fui nada profissional, mas acreditem, era uma situação limite. Era ir embora ou matá-la.
A coordenação me apoiou. Me contaram (pela primeira vez) que a professora anterior tinha desistido também porque precisava tomar remédios para baixar a pressão depois de cada aula. A coleção de desafetos dela na escola comemorava secretamente meu piti, vendo nele uma chance de se livrar de uma vez por todas daquela criatura insuportável - seria o primeiro caso registrado de um aluno sendo expulso de uma escola de inglês.
A expulsão infelizmente não aconteceu. A mulher continuou gritando naquele tom arrogante de sempre, como se tivesse comprado e registrado a razão e o coordenador, com um caminhão de panos quentes, concordou um arranjar um quarto (sim, fui a terceira) professor para ela.
Eu não sei que fim essa história vai ter. Mas algo me diz que envolverá sangue.
Não vou entrar nos detalhes burocráticos que me levaram ao choque com esta aluna especificamente. Trata-se de um história longa e cheia de detalhes chatinhos que não vem ao caso. Basta saber que ela é uma mulher arrogante, adepta da filosofia "tô pagando" e muito mal educada com recepcionistas, segurança, faxineiras e qualquer outra pessoa que julgue "subalterna". Comigo, entretanto, sempre tinha sido um doce - sorridente, solícita, cheia dos elogios.
Como aluna era um pé no saco - meio burrinha, preguiçosa e desleixada, mas ainda assim exigente. Questionava meu método e passava horas argumentando que tal estrutura gramatical estava errada porque NÃO EXISTE EM PORTUGUÊS. É o tipo de pessoa que cimenta uma idéia (quase sempre equivocada) na cabeça e nem um guindaste é capaz de convencê-la do contrário. Passar três horas por semana com ela estava se tornando um sofrimento que eu levava adiante porque né, sofrimento é parte do pacote chamado "trabalho."
Até que, depois de uma discussão sobre horas-aula se esgotando (discussão aliás que já tinha acontecido milhões de vezes com o coordenador) ela gritou comigo e me chamou de "moça de recados da secretaria". Nesse momento não vi outra alternativa a não ser dizer: "Fulana, me desculpe, mas eu não consigo mais dar aulas pra você" e sair da sala.
Sim, eu abandonei uma aluna no meio da aula. Desisti. Sim, não fui nada profissional, mas acreditem, era uma situação limite. Era ir embora ou matá-la.
A coordenação me apoiou. Me contaram (pela primeira vez) que a professora anterior tinha desistido também porque precisava tomar remédios para baixar a pressão depois de cada aula. A coleção de desafetos dela na escola comemorava secretamente meu piti, vendo nele uma chance de se livrar de uma vez por todas daquela criatura insuportável - seria o primeiro caso registrado de um aluno sendo expulso de uma escola de inglês.
A expulsão infelizmente não aconteceu. A mulher continuou gritando naquele tom arrogante de sempre, como se tivesse comprado e registrado a razão e o coordenador, com um caminhão de panos quentes, concordou um arranjar um quarto (sim, fui a terceira) professor para ela.
Eu não sei que fim essa história vai ter. Mas algo me diz que envolverá sangue.
Nossa, estou sem palavras. Também seria o cúmulo e a coordenação não te apoiasse, né?
ResponderExcluirGente, tô passada!
ResponderExcluirReza a lenda que temos que sentir pena de gente tão miserável assim. Mas como minha elevação espiritual estacionou há tempos, eu quero mais é que ela vá gritar com médicos e enfermeiras que não conseguem curar a hemorróida supurada da infeliz e, ao invés disso, ainda riem alto na cara dela.
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