Sem escalas

Voltando para casa naquele horário delícia das dez da noite ontem. Duas creiças sobem no ônibus portando um daqueles aparelhinhos from hell mais conhecidos como "celular sem fone de ouvido" berrando a número dois das sete melhores da Pan (ainda existe isso ou estou dando mais uma prova incontestável da minha idade avançada?).

Creiças. Mesmo. De top de oncinha, "pílci" no umbigo e calça de lycra formando nem um muffin, um panetone inteiro onde deveria estar a cintura mas na verdade vê-se apenas um monte de gordura. Vão vendo. As creiças param bem ao meu lado e a dona do instrumento de tortura diz (diz não, relincha, já que é única forma de comunicação que esse tipo conhece):

"Intão, Josicléia, aí onti uma véia no ônibus me mandô baixar o volume du celular e eu respondi que eu faço o que eu quiser que o celular é meu, véia baranga."

"Vixi, Katilaine, cuidado que um dia você vai ficá velha tamém..."

Ao que não pude deixar de pensar - vai nada, porque se existe justiça de algum tipo nesse mundo você vai ser atropelada por uma van assim que descer desse coletivo, Katilaine.

É isso, eu vou para o inferno sem escalas. Caso algum de vocês também vá, podem me procurar - eu sou a magrela descabelada tomando uma cerveja com a Amy Winehouse ali no canto.

Comentários

  1. Nesse caso faço questão de ir também, já que torço pra um Volks Constellation passar por cima de todo e qualquer creiço que não saiba usar um celular. Ah, a maldição do carnê...

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