Cada enxadada é uma minhoca
A frase acima foi proferida pelo namorado para descrever a sagacidade de Sô Vicente, dono do boteco de mesmo nome localizado na vila de São João Batista em São Roque de Minas, aos pés da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil.
Sô Vicente tem idade indefinida e resposta pra tudo, como só tem quem já viveu muito e já viu até "o diabo amarrado pelo saco". No bar, perdido no meio de um lugar no qual, se o mundo acabar, a notícia leva uns cinco dias para chegar, você acorda o dono do estabelecimento as sete da noite, ele abre a porta da frente e volta para casa, que fica ao lado. Você pega sua própria cerveja e marca num bloquinho no balcão para pagar no dia de ir embora. Se for mulher, pode usar o banheiro da casa dele mesmo, atravessando a cozinha e cumprimentando as netas na sala. Se for homem, vai na horta.
O almoço precisa ser encomendado. Não é chegar e ir comendo não, que a mulher dele não vai ficar fazendo comida pra marmanjo aparecer a hora que quiser. Aliás, minha lista de últimas refeições ganhou um novo primeiro lugar neste carnaval - se eu pudesse escolher, antes de ir de vez, não teria dúvidas - arroz, feijão, torresmo, farofa de couve e abóbora refogada de dona Elza, servidos direto do fogão de lenha e degustados ali, na varanda da casa dela.
E pra chegar lá? 100 quilômetros de terra, 30 por dentro do parque nacional numa estrada que, depois de uma semana de chuva ininterrupta, daria medo a muito 4X4 metido. E o Voyage de namorado fez lindo, não atolou nenhuma vez, embora tenha perdido duas calotas e adquirido todo um novo tom de marrom depois da brincadeira. Uma hora e meia para atravessar o parque.
E a chuva não parou. Quatro dias de carnaval e de roupas permanentemente úmidas, de passeios cancelados devido a estradas intransitáveis e lama, muita lama. Mas olha o visual:
Carnalama Canastra 2011 - eu sobrevivi. E um dia volto para ver o sol.
Nota: com exceção das fotos do bar, todas as outras são do ano passado, porque esse ano o céu deve ter ficado azul por uns 20 minutos em quatro dias.
Megalópole
Só entra se estiver com a pulseirinha
Só os VIPs
Imaginem isso aqui depois do dilúvio
Faz de conta que eu vi assim
Carnalama Canastra 2011 - eu sobrevivi. E um dia volto para ver o sol.
Nota: com exceção das fotos do bar, todas as outras são do ano passado, porque esse ano o céu deve ter ficado azul por uns 20 minutos em quatro dias.
Carnaval de dar inveja!
ResponderExcluirPra quem mora em SP, lugares assim devem ser como lendas: contando ninguém acredita.
ResponderExcluirE dona Elza deve ser mais macho que o marido, hein?
Haha Carlota, dona Elza é uma fofa. E cozinha que é brincadeira.
ResponderExcluirBrasil profundo <3
ResponderExcluirEU ACREDITO!! Preciso conhecer esse barrrrrr
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