Véspera de feriado
Para situar, eu dou aula segundas e quartas a noite em uma escola que fica na av. Pacaembu, coladinha com o estádio. Para chegar lá eu ando uma distância considerável nesta avenida. E ontem percebi que a coisa estava estranha. Seis horas da tarde e hordas de santistas já se dirigiam à praça Charles Müller, tiozinhos com isopor brotavam do chão a cada cinco metros e flanelinhas se postavam no meio da rua indicando as vagas de estacionamento a preços módicos tipo 50 reais. Gente, o jogo não é nove e meia?, pensei mas fui seguindo para cumprir meu doce dever de dar aula numa quarta a noite véspera de feriadão.
Chego lá e as secretárias me olham com com cara de "o que essa louca está fazendo aqui?"
"Ué, gente, vim dar aula para as meninas do pré-intermediário."
"Ai, esquecemos delas!"
"Oi?"
O jogo era as sete e meia. Acabaria nove e meia, mesmo horário do fim das aulas. Clima tenso na Pacaembu. Flanelinhas dominando inclusive o estacionamento da escola, segundo as meninas se colocar corrente no domingo eles aparecem lá e picham tudo - acharam melhor cancelar as aulas. Telefonaram para minhas alunas.
Nisso começa a chover. Muito. Eu, as duas secretárias e a outra professora ilhadas lá dentro, numa véspera de feriado, num calor dos infernos, no meio do jogo do Santos. Uma das meninas vai até a porta e chama o flanelinha:
"Olha, você está usando nosso estacionamento, então trate de comprar uma cerveja pra gente."
Dois minutos depois ela volta, felizona, com 4 latinhas. Trocamos o estacionamento da escola por Brahma. Lá pela terceira latinha um carro aparece do nada e estaciona colado no nosso portão. Dele descem dois santistas chinelentos. Eu estava do lado de fora da escola, de guarda chuva, esperando mais uma leva de cerveja:
"Pode estacionar aqui?"
"Vai ter que acertar com o flanelinha. 50 reais"
"Olha, tô quase pagando 50 reais nesse teu guarda chuva."
"Eu vendo."
"Pegar toda esse chuva pro Santos perder, né não?" Provocou a secretária, do meu lado.
"Que que cês são, Corinthianas?" Entre nós e os santistas, só um portão fechado sem cadeado.
"Que é isso, moço, sou Santos desde criancinha." Consertei. Nessas horas cagar pra futebol é uma bela vantagem.
"Aaaah, bom." E foram embora, debaixo de chuva. Nós continuamos bebendo e quase fomos embora na saída do jogo.
Essa foi minha véspera de feriado. Saí pra trabalhar e voltei bêbada. Orgulho.
Chego lá e as secretárias me olham com com cara de "o que essa louca está fazendo aqui?"
"Ué, gente, vim dar aula para as meninas do pré-intermediário."
"Ai, esquecemos delas!"
"Oi?"
O jogo era as sete e meia. Acabaria nove e meia, mesmo horário do fim das aulas. Clima tenso na Pacaembu. Flanelinhas dominando inclusive o estacionamento da escola, segundo as meninas se colocar corrente no domingo eles aparecem lá e picham tudo - acharam melhor cancelar as aulas. Telefonaram para minhas alunas.
Nisso começa a chover. Muito. Eu, as duas secretárias e a outra professora ilhadas lá dentro, numa véspera de feriado, num calor dos infernos, no meio do jogo do Santos. Uma das meninas vai até a porta e chama o flanelinha:
"Olha, você está usando nosso estacionamento, então trate de comprar uma cerveja pra gente."
Dois minutos depois ela volta, felizona, com 4 latinhas. Trocamos o estacionamento da escola por Brahma. Lá pela terceira latinha um carro aparece do nada e estaciona colado no nosso portão. Dele descem dois santistas chinelentos. Eu estava do lado de fora da escola, de guarda chuva, esperando mais uma leva de cerveja:
"Pode estacionar aqui?"
"Vai ter que acertar com o flanelinha. 50 reais"
"Olha, tô quase pagando 50 reais nesse teu guarda chuva."
"Eu vendo."
"Pegar toda esse chuva pro Santos perder, né não?" Provocou a secretária, do meu lado.
"Que que cês são, Corinthianas?" Entre nós e os santistas, só um portão fechado sem cadeado.
"Que é isso, moço, sou Santos desde criancinha." Consertei. Nessas horas cagar pra futebol é uma bela vantagem.
"Aaaah, bom." E foram embora, debaixo de chuva. Nós continuamos bebendo e quase fomos embora na saída do jogo.
Essa foi minha véspera de feriado. Saí pra trabalhar e voltei bêbada. Orgulho.
eu peguei a linha verde do metrô do sacomâ até a Estação Clinicas às 6 da tarde. Meu celular tem um escudo do Corinthians do tamanho do próprio blackberry. Eu brinquei de facebook empunhando O MESMO durante todo o trajeto. Fui xingada por todos os integrantes de todos os vagões do metrô. vc foi mais feliz.
ResponderExcluirVocê sobreviveu. Taí uma vitória.
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