A banda mais bonita da cidade - um estudo (fail) de caso

Quando o tal clip da "banda mais bonita da cidade" começou a pipocar pelo twitter, facebook e afins eu resisti bravamente ao primeiro clique uma vez que anos de FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP) me treinaram bastante para intuir o que viria de uma banda com esse nome e uma música chamada Oração. Mas aí as pessoas insistem, continuam falando sobre o assunto e eu me senti impelida a assistir à bagaça para pelo menos falar mal com propriedade ao invés de apelar para o "não vi e não gostei".
Pra quem não viu e quer sofrer também:


A primeira experiência foi traumática, acreditem. O rapazinho com a margarida no bolso da camisa brecholenta, os pratos sujos na pia da cozinha, as saias rodadas, aquela sensação de que a qualquer momento aquela música chata ia parar e eles iam começar a entoar Morena Tropicana, isso tudo foi me dando uma gastura, um aperto no peito, uma falta de vontade de viver que precisei parar de assistir. Eu não suportaria até o final. E percebi que a coisa é tão grave que merece um estudo de caso. Vem comigo, gente:

A pergunta crucial que este estudo de caso tentará responder é, por que, coleguinhas, POR QUE em 2011 ainda há gente que quer se parecer com uma versão hipster dos Novos Baianos?

Os Novos Baianos eram legais, sabem? Lá nos anos 70 eles viviam todos juntos, faziam musiquinhas engraçadinhas, não tomavam banho e batizavam os filhos que eles mal sabiam de quem era com nomes esquisitos. Nos anos 70 eles eram legais. Em 2011 dividir o mesmo teto com mais 50 pessoas é po-bre-za, não estilo de vida e usar saiotes de paninho ordinário e camisas brecholentas não é bacana. Não é vintage. É, no máximo, "caixa de doação style".
Talvez eles se identifiquem com a cultura hippie. Eles curtem a natureza, a música, o amor. Eles também curtem chocolate Kopenhagen e xampu da Boticário, porque há limites, não é, minha gente? E eles são tão fofuxos, as meninas com suas franjas cortadas pelas priminhas de 5 anos, todo mundo tão feliz, dançando, cantando, celebrando a vida, olha lá o baterista com um vira-lata no colo! Pensando bem, por que em 2011 ainda há gente que quer se parecer com uma versão hipster do grupo de jovens da paróquia de Nossa Senhora da Canoa Quebrada? 

A verdade é que este estudo de caso está fadado ao fracasso e a culpa é da minha total incapacidade de assistir esse vídeo mais uma vez para concluí-lo. Meu cérebro derreteria. 

Neo-hippies. Até quando? 

Comentários

  1. finalmente uma análise sensata!kkkkk

    Cara, eu nem levei a sério. Achei que era mais um desses vídeos de bobagem da internet.

    pô, e é uma chatice sem fim.

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  2. Afe, 6 minutos disso? Nemvy.
    Além do que eu nem preciso né? Tenho aula hoje lá na fefelinda, onde posso acompanhar os originais que deram origem à série.

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  3. Onde é que eu tava que não li esse post? Hahaha!Me perguntaram por que eu não tinha gostado desse clipe e eu respondi: porque já saí da fflch, affffe!

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