A fé e o conselho de classe

A pedido da coleguinha Juliana, estou ressuscitando um post do meu blog antigo sobre conselhos de classe. As vezes bate saudade do cafofinho, então de vez em quando vou fazer um vale a pena ler de novo do saudoso Tia Paula vai à guerra.


Último período letivo é sempre o mesmo calvário. Haja reunião de pais, trabalho extra, plantão de dúvidas para tentar salvar do inferno da repetência aquelas almas que passaram o ano todo vagando pelo purgatório da recuperação paralela, sem se preocupar muito em descolar um lugarzinho no céu da aprovação. Porque a verdade é que não há sermão no mundo capaz de convencer alunos infiéis de que o caminho da vida eterna após as provas finais será bem mais agradável se for pavimentado por boas ações (e notas) ao longo do ano. Não. Eles parecem preferir a penitência de ir à escola em Dezembro.

Mas, eu disse “infiéis”? Injustiça. São, ao contrário, muito devotos. Creem numa instância superior, acima do bem e do mal, capaz de decidir se serão abençoados com o meio ponto que falta ou condenados a continuar na mesma série no ano seguinte. Tal instância chama-se conselho de classe. Este, ao contrário de Santo Expedito, não se comove com orações e promessas, ou alguém já viu por ai alguma faixa com os dizeres: “AGRADEÇO AO CONSELHO DE CLASSE PELA GRAÇA ALCANÇADA”? Melhor mesmo é apelar para o santo da causas impossíveis  Mas, com tanta criancinha doente pra salvar, algo me diz que nem ele vai dar jeito nisso. Haja vela!

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