Porque certas coisas nunca mudam

O post abaixo foi retirado do me blog antigo, hoje fechado por motivos de força maior. Ele serve bem para ilustrar como, seis anos depois, certas coisas ainda não mudaram...



Eu tinha dito que não postaria em Julho e aqui estou, voltando atrás. Não consigo calar a boca mesmo. 

Acontece que voltei a ser aluna. E do tipo pouco talentosa para a matéria, o que espero possa me ajudar a me tornar uma professora melhor quando as aulas retornarem.
Há cerca de um mês, por conta de dores persistentes nas costas, voltei a fazer aulas de natação. No início atribuí minha falta de jeito aos vários anos longe da piscina e perto da cerveja e do McDonald’s. Aliem isso à minha notória aversão por academias e pelo povo que as frequenta e voilá: teremos alguém que se sente muito, mas muito desconfortável dentro de um maiô. 
Comecei muito bem meu programa de exercícios: faltando à primeira aula (mas por acaso vocês esperavam que eu fosse à natação quando faz nove graus em São Paulo? E daí que a piscina é aquecida?). Na segunda aula perdi cerca de dez minutos tentando colocar a maldita touca de borracha e só não fui mais humilhada pela minha total ausência de técnica porque nado na hora do almoço e não há mais ninguém na piscina além da professora naquele horário. “Vai melhorar”, me consolei, “só estou um pouco fora de forma”. Quatro semanas depois, no entanto, as coisas ainda não evoluíram. Enfim, nadar absurdamente mal tendo em volta de mim vidros que proporcionam uma bela visão do meu fracasso a todos os funcionários e alunos da academia tem sido um belo desafio ao meu excesso de preocupação com o que os outros acham. E a paciência da professora tem me deixado um pouco menos desconfortável e me incentivado a não desistir (claro que os seis cheques de 135 reais deixados na secretaria também me incentivam bastante).
Fiquei pensando. Se nadar de costas em linha reta é uma tarefa muitíssimo árdua para mim, porque aprender inglês não pode ser tão difícil quanto para certos alunos? A diferença é que eu posso simplesmente me conformar com a minha falta de talento já que meu objetivo não é chegar às Olimpíadas e eles, bem, eles cedo ou tarde terão que aprender essa merda nem que seja só para passar no vestibular. E eu é que terei que me virar em quatrocentas para colocar isso na cabeça deles. 
Vida de professor de Educação Física é bem mais fácil. Prontofalei.

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