Promessa é dívida

Ontem no trabalho, depois de me ouvir dizendo que hoje as sete e meia da manhã eu estaria largando para os meus primeiros 5 quilômetros oficiais, a secretária da escola riu e disse:

"Sabe o que eu vou estar fazendo amanhã as sete e meia? Virando pro outro lado pra dormir mais umas quatro horas."

Eu ri também. Porque era bem isso. Tem que querer mesmo, ainda mais sendo o primeiro Domingo do horário de verão.

Eu não ia. Já tinha decidido. Estava há três semanas sem treinar por vários motivos e, sendo essa quitter que todo mundo conhece bem, eu tinha aceitado o fato de que mais uma vez ia morrer na praia. Mas na quinta feira, ao ser informado da minha decisão de não ir, namorado virou pra mim:

"Como não? Vai sim, nem que seja pra andar."

E na sexta eu fui treinar. Fiz quatro quilômetros sem achar que ia morrer e resolvi contrariar minha própria natureza. Acordei 5:15 da manhã e descobri que tipo de gente pega ônibus num Domingo as seis da manhã: gente que toma saquê no bico dentro do coletivo.

No metrô vi mais um bando de meninas de rosa, senhoras, gordinhas, mães, tudo. Na concentração encontrei uma colega das antigas. E fui.

Corri cinco quilômetros. Não andei em momento algum. Fui devagar, naquele ritmo de quem não treinava há três semanas, mas fui. Sempre correndo. Vi o centrão de São Paulo lindo, passei por lugares pelos quais, 10 anos atrás na mesma época do ano, eu tinha passado bêbada na Peruada do Largo São Francisco. E para minha amiga Bruna, que curte coincidências, lá vai uma: toquei para os meus alunos na aula ontem Roar, da Katy Perry e fiquei com a música na cabeça o dia todo. Pois foi a primeira que tocou no meu random assim que passei a largada. E não dá pra desistir com Katyzinha na sua cabeça cantando

I got the eye of the tiger, a fighter, dancing through the fire
Cause I am a champion and you’re gonna hear me ROAR

Porque as vezes é bom contrariar a própria natureza..

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