O assunto é: reforma do ensino médio

Sobre a qual não vou opinar pois: não li os detalhes, tudo que eu sei veio de posts revoltadinhos nas redes sociais. Mas aí tô lá de boas na rede que tem os parentes e dou de cara com cidadão dizendo que se tivessem abolido educação física nos anos 90 ele teria sido um adolescente mais feliz. Detalhe: a pessoa em questão é professor de inglês, ou seja, passou a vida profissional inteira ouvindo "inglês reprova, tchítcher?"e agora tá achando bonito desvalorizar o trabalho dos coleguinhas.

Eu sou do team que detestava educação física. Entretanto, me arrependo bastante da má vontade com a qual eu encarava aquelas aulas, já que ter me tornado uma pessoa mais atlética só teria trazido benefícios pro meu eu adulto. Ninguém é obrigado a gostar ou ser bom em esportes - eu era horrível, usava óculos desde os 8 anos de idade e vocês sabem que esportes com bola e óculos não combinam muito. Também tinha uma coordenação péssima, que talvez pudesse ter se desenvolvido um pouco melhor se eu tivesse curtido as aulas de educação física ao invés de ficar de mimimi odeio esporte odeio suar mimimi. Repito: ninguém é obrigado a gostar ou ser bom, mas desvalorizar a matéria com base na sua experiência pessoal de criança ruim de bola é apenas infantil. Fora a pau no cuzisse que geralmente anda por trás desse discurso de "eu detestava educação física, preferia ficar lendo".

Daí começa o muro das lamentações das pessoas-que-eram-as-últimas-escolhidas na queimada: "ain, eu sofria bullying porque não sabia jogar vôlei" "ain, mas quem era ruim em matemática era o bonzão, o malandrão"

Coleguinhas, talvez esta informação choque vocês mas vocês não estudaram num high school de filme americano.

No meu colégio (público, por sinal) não tinha esse endeusamento da burrice não. Pelo contrário, repetente era estigmatizado, era aquele cara maior no fundão com quem a gente não queria andar. E eu até era zoada por ser ruim no vôlei, mas estava longe de ser uma outcast da turma só porque não gostava da educação física. E tinha mais um monte de gente ruim e a vida seguia porque não dá pra ser bom em tudo é?

Resumindo, coleguinhas teachers: olhem um pouco pro próprio rabo e reparem que tem gente que também acha que nosso trabalho não serve pra nada. Um beijo no coração.


Mariah me representa

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