Oi gente tô vivona

Janeiro passou e ao contrário de todo mundo que estava reclamando eu nem vi. De verdade.

O segundo semestre de 2018 foi muito difícil pra mim. Tive que lidar com questões de saúde mental que me deixaram muito perdida e insegura. Não é legal se descobrir doente e aceitar que vai precisar de remédios por um tempo, talvez por bastante tempo, talvez pra sempre. Foi horrível perceber que que minha vida poderia ter sido completamente diferente se eu tivesse descoberto e tratado meu transtorno de ansiedade antes e foi pior ainda entender que meu relacionamento anterior colaborou e muito para cagar de vez o meu psicológico. Mas entre doses de escitalopram, sessões de terapia e um psiquiatra bem fofo, estamos sobrevivendo e, finalmente, vendo algum progresso depois do furacão que se instalou na minha vida entre julho e dezembro do ano passado.

Janeiro foi um mês de pequenas vitórias e se tem uma coisa que eu aprendi nesses seis meses é que pequenas vitórias precisam ser celebradas.

Eu parei de beber. Não parei, parei assim pra sempre, mas eu me propus a não consumir álcool em janeiro e quando o dia 31 chegou eu nem lembrava que a promessa estava acabando e que eu poderia tomar uma cerveja no dia seguinte. Inclusive hoje é dia 4 e eu não bebi ainda. Eu me dei conta de que eu tinha uma relação meio esquisita com álcool e que a maioria dos momentos merda da minha vida (ou aqueles nos quais eu agi como uma completa idiota) aconteceram quando eu estava bêbada. Além disso, é meio óbvio que uma pessoa em tratamento para transtorno de ansiedade não consuma substâncias que causem depressão. Eu eventualmente voltarei a consumir minha cervejinha mas para mim ficou claro que alguma coisa mudou nesse mês.

Eu submeti uma proposta para me apresentar numa conferência em São Paulo e me inscrevi para participar de outra em Curitiba (talvez eu submeta uma proposta para essa também, estou tentando arrumar um tempo para escrever - não serve a mesma que mandei pra de São Paulo). Uma das minhas grandes questões em 2018 foi ter deixado minha carreira completamente de lado e estar vivendo só pra resolver problemas então estou feliz de ter dado alguns passinhos para mudar isso. Também vou começar uma pós graduação em março e estou animadíssima.

Andei assistindo uma caralhada de coisas e falei delas no twitter mas vou falar por aqui também:

Desisti:

The Good Place - Primeira temporada maravilhosa, um cliffhanger atrás do outro, altos plot twists, personagens incríveis. Segunda temporada ok. Terceira tá tipo "a gente não tinha a menor ideia de pra onde isso tava indo, POR QUE VOCÊS RENOVARAM?"

Boneca Russa - Talvez eu esteja me precipitando porque só assisti aos dois primeiros episódios. Eu queria ter amado Boneca Russa porque Amy Poehler é minha diva, minha inspiração, a mulher responsável pelo nome deste blog. Mas não deu. Eu não tenho mais saco pra protagonista-problemático-jazz-nova york. Master of None e Frances Ha preencheram essa cota. Inclusive eu um dia vou escrever um post só sobre Frances Ha e o quanto esse filme é insuportável.

Vocês são maravilhosos e se quiserem o mundo eu dou:

Lady Gaga em Nasce uma Estrela - Se Shallow não levar um Oscar não existe justiça nesse mundo. Resto do filme, o que tenho a ver.

A balada de Buster Scruggs - Eu acho os irmãos Coen super irregulares, amo algumas coisas e outras puta que pariu meus amigos, mas em Buster Scruggs eles acertaram lindamente. Não tem um defeito nesse filme, nem James Franco consegue estragar.

Roma - Problematizaram Roma horrores por "não dar voz às mulheres", "filme sobre mulheres dirigido por homem só podia dar merda" etc etc mas querem saber? Roma é um filme lindo. É CINEMA, não é só uma punhetagem estética. Nada nele é gratuito, é tudo tão pensado e ao mesmo tempo tão carregado de emoção e significado. Roma me lembrou La Dolce Vita no sentido de que o filme do Fellini foi o que me ensinou que cinema é uma coisa muito maior do que eu, aos 15 anos de idade, estava acostumada a ver. Eu espero que o filme do Cuarón crie mais uma geração de gente apaixonada por cinema como La Dolce Vita fez comigo. E a atriz Yalitza Aparicio, que faz a protagonista, já fez história sendo a primeira atriz indígena mexicana indicada ao Oscar. Continuo amando Alfonso Cuarón.

Vale dar uma olhada:

Homem-aranha no aranhaverso - Eu não curto muito animação nem gosto de super-herói mas tá aí um filme muito divertido, com um protagonista negro e um visual incrível. Torço muito para ver alguma coisa fora Disney/Pixar ganhando o Oscar de melhor animação.

The Green Book - Eu tenho alguns problemas com The Green Book e um deles é a síndrome de Django: a gente realmente precisa de mais um filme sobre homens brancos salvando negros? Além disso, aparentemente a história vendida como "real" não aconteceu bem assim, mas é aquilo: toda história pode virar um filme, só depende de como você a conta e Peter Farrelly a contou muito bem. É um filme esquemático, onde todos os incidentes se resolvem rapidamente, mas tem um belo timing de comédia e ótimas atuações (Viggo Mortensen e Mahershala Ali, querem o mundo? Eu dou.) além de belas músicas. Se você não paga meia não vale o ingresso do cinema não, espera pra baixar o torrent sair no NOW.

Falei/ Escrevi mais que o homem da cobra. Tava com saudade daqui.


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