Jantar portenho

Na falta de acontecimentos relevantes nos últimos dias, resolvi desenterrar uma história daquelas que parecem só acontecer com a gente.
Janeiro de 2007. Esta moça que vos escreve encontrava-se em Buenos Aires com seu hoje ex namorado e dois amigos gays. Procurando um lugar para jantar, encontramos um resto-bar que parecia simpático. Tendo achado tal estabelecimento no mapa gay da cidade, eu já esperava não ver muitas mulheres por lá, mas até segunda ordem tratava-se de um restaurante, e para lá nos dirigimos por volta das dez da noite.
Tudo como o esperado: ambiente iluminado, moderninho, pessoas sentadas comendo e conversando civilizadamente - esperávamos o que? Era um restaurante, afinal de contas. Pedimos entradas, umas cervejas e ficamos lá, jogando conversa fora.
Por volta das onze da noite as luzes diminuíram. Os frequentadores da casa continuaram comendo seus raviólis enquanto eu e meus companheiros estranhávamos a situação, já que em seguida a música suave do ambiente foi trocada por um batidão a la clube das mulheres. Segundos depois, sabe-se lá de onde, surge um cidadão bombado com uma roupa de motoqueiro rebolando entre as mesas - tudo muito normal. Tão normal que o moço se sentiu super a vontade e prosseguiu seu número tirando a roupa e se esfregando nos clientes, que obviamente já esperavam por aquilo. Meu namorado ameaçava se enfiar debaixo da mesa, meus amigos entraram na brincadeira e eu não sabia se ria ou se saía correndo. Só tinha certeza de uma coisa: iria certamente deixar minha pasta no prato depois daquele show. Especialmente porque nosso stripper não se contentou em ficar de sunga. Sim, crianças, ele ficou pelado. Completamente nu protegendo seu "equipamento" com uma toalhinha e passando a bunda na cara de todo mundo que deixava. No meio das massas, das sopas, das carnes e sobremesas.
As luzes se acenderam, o peladão sumiu por onde tinha surgido e os trabalhos do jantar foram retomados. Para os outros, porque meu namorado ficou puto e eu acabei indo embora com ele.
Meus amigos me contaram que as perfomances continuaram noite adentro com médico, Zorro, operário e outras cafonices que a imaginação humana permitisse. E a imaginação humana permite coisas que até deos duvida.

Fica a dica, coleguinhas. Quem quiser curtir um jantar/strip masculino em Buenos Aires não pode deixar de ir ao restaurante Inside, no centro da capital. Mas se você estiver com fome de verdade, acho melhor procurar outro lugar.

Comentários

  1. Eu denunciaria esse restaurante para a Vigilância Sanitária. Esse negócio de stripper (masculinho, claro) é anti-higiênico.

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  2. Você não achou nenhum pêlo, digo, cabelo na comida? Ou estava muito escuro?

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  3. Bruna, você acha que eu tive coragem de comer depois do show?

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