Te conheço?

Já tinha acontecido antes. Numa famigerada "peruada" (um carnavalzão fora de época da faculdade de Direito do Largo São Francisco) uma menina me puxou de lado e berrou: "LEMBRA DE MIM?????????".

(Parênteses: quem aborda um incauto no meio da rua e pergunta "lembra de mim?" não vai pro céu. Porque a chance do incauto não lembrar e passar por uma situação muito constrangedora é, digamos, 99%.)

Enfim. Olhei, olhei e aos poucos (apesar de alcoolizada) fui me lembrando:"Claaaaro. Você é amiga da P... (um minuto) irmã do... M... (mais um minuto)... lá de Varginha... (mais dois minutos - berra) LEMBREI! VOCÊ É A PRIMA DO ROGÉRIO FLAUSINO!!!!! "(porque, sim, essa era a única maneira pela qual nos referíamos a ela - a prima do vocalista do Jota Quest). Lembrei o nome da pessoa? Claro que não.

Hoje aconteceu de novo. Na sala de espera do médico um sujeito de meia idade me aborda:
"Ooooooooi! Tudo bem?" Pergunta da minha mãe, da minha irmã, da cidade da minha mãe. Ele obviamente me conhece. Eu? Não faço a menor idéia de quem seja. Vou respondendo às perguntas, com aquela cara de pastel, enquanto ele segue falando: "puxa, sua irmã está em Brasília? Brasília é muito bom, você conhece?" Eu quase morrendo por dentro, olhando para a porta do consultório e xingando a décima geração do médico que não me chamava. Cinco minutos mais longos da minha vida. Sou finalmente chamada e, quando saio da consulta, graças a deos o cara não está mais lá.

Só horas depois, voltando pra casa, me lembro que é o marido de uma prima (não me culpem, eu tenho uns 30 primos) que eu não via sei lá, há uns dez anos. E ele deve, a esta hora, estar comentando com a mulher dele o quanto eu sou mal educada, que nem perguntei dela e dos dois filhos deles.

Memória pra quê, minha gente?

Comentários

  1. isso raramente acontece comigo, sabia?
    eu tenho uma boa memoria fotografia, entao as vezes lembro de uma pessoa anos e anos depois mesmo tendo visto ela uma unica vez.

    MAS, lembro uma vez que eu estava fazendo compras quando morava em rio negro, e uma daquelas mocinhas que dão amostras de produtos me abordou e começo a conversar comigo, perguntou da luana e tudo mais. fiquei conversando com ela e tentando puxar da memoria quem era aquela dita cuja - eu estava na cidade fazia pouco tempo, nao tinha conhecido tanta gente assim.
    dai ta, quem eu conhecia que era magrela, loira e de cabelo comprido... a moça da imobiliaria! sim, so podia ser ela.
    e no meio da conversa eu perguntei
    - entao voce faz isso nos finais de semana?
    - nao, eu pedi demissao.
    - mas porque? nao era bom trabalhar na imobiliaria?
    - mas eu nao trabalhava em imobiliaria nenhuma...
    - ah.. heheh acho que confundi...

    depois que eu dei tchau que o moisa veio me dizer que ela era a mocinha da papelaria onde compramos o material de escola da luana.

    FOM.

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  2. Sempre me lembro de passagens da minha vida quando venho aqui.

    Aconteceu uma vez um fato engraçado. Eu e minha irmã (sempre) fomos ao um bar. Quando olhamos pra mesa de trás, vimos um dos primos gêmeos da minha mãe acompanhado de uma loira. Um dos gêmeos (S) sempre foi mais próximo e sempre me reconhece, o outro, não.

    Minha irmã perguntou na hora: você é o M ou o S?

    O cara faltou morrer... disse que era o S, perguntou quem nós éramos e quando viramos as costas, o casal tinha desaparecido. Até comemos a batata frita que o garçom levou pra eles.

    Achei estranho pq S sempre me reconhece, o porte físico do cara parecia mais com M e... S era casado! No final das contas, o cara que vimos era mesmo o M, que estava saindo com a ex-amante de L (casado) e que os dois estavam inclusive brigados por conta da loira.

    Moral da história: na dúvida, melhor nem cumprimentar!

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