Vida de aeroporto

Quem ouve pensa que sou um jet-setter, mas não é o caso. Foi pura coincidência eu ter que visitar Guarulhos duas vezes em uma semana, mas enfim. Porto Alegre foi casamento, agora estou em Brasília para o natal com minha irmã.

Cheguei ontem ao aeroporto munida de uma dose extra de paciência. Fim de ano, aeroviários putinhos e tramando greve, todo mundo de saco cheio - seria um longo dia.

Começou mal, com uma hora de espera para o check-in. Nunca vi tanta gente enrolada, cada um que parava no balcão ficava 15, 20 minutos. Nêgo que não sabe o número do voo, nêgo que não sabe o horário, até gente no aeroporto errado tinha. Sério, se você está na Tailândia e não consegue ler placas nem nada poda haver uma possibilidade de ir ao aeroporto errado - mas se você é brasileiro e não sabe a diferença entre Congonhas e Cumbica, ó, se mata.

Meu pânico de atraso me fez ir para a sala de embarque quase duas horas antes do voo. Nesse período o portão mudou quatro vezes - péssimo sinal. Mal sabia eu que minha sorte estava prestes a mudar.

Pra começar o avião saiu no horário. Como assim, minha gente? Como assim em um voo marcado para as 18:40 eu embarquei as 18:15? Oi?

Meu assento, para variar, era o do meio. Amo. Mas de novo, eis que o destino me sorri - ninguém senta na janela. E lá vou eu, contentinha, sem uma alma do meu lado disputando meu espaço com o cotovelo.

No trajeto, nenhuma criança chorando. Nenhuma tia sentada longe da amiga gritando pelos corredores. A mais absoluta paz. Incrível.

Para completar meu dia iluminado eis que eu, a rainha da esteira, a que sempre fica mofando eternamente a espera da bagagem, vejo despontar minha mala - a primeira da leva. Nunca antes na história deste país.

Gastei minha cota de sorte de fim de ano em um dia só. Espero que tenha sobrado um pouquinho, pois ainda tem reveillon em Juqueí. (Bate na madeira)

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