Ah, a juventude!

O ideal mesmo seria ouvir esta história da boca do meu aluno, um espanhol quarentão, hoje pai de família, que fala alto e gesticula loucamente. Para que vocês tenham uma vaga ideia do que é este cara contando uma história, ouçam o Italian man who went to Malta. 


Diz meu aluno que lá pelos idos de 1995 estava indo para a Bahia com quatro amigos. Dirigiam uma F-1000 a diesel, vão vendo. Um primo mais experiente os advertiu ainda em São Paulo: "Não levem maconha que é sujeira e lá na Bahia tem de monte pra comprar."

Seguiram para o Nordeste. No meio do caminho foram, obviamente, abordados por policiais, ou vocês acham que uma F-1000 com cinco caras dentro rumo à Bahia passaria incólume por um comando?

Puliça dá aquela geral nos caras, cheira a cinza do cinzeiro da caminhonete, abre malas, tira palmilha de tênis, desempacota tudo, faz e acontece. Uma hora e as autoridades lá, fuçando cada milímetro da bagagem dos moleques. Estavam mais limpos que "depois" em comercial de sabão em pó. Finalmente são liberados para seguir viagem sem maiores problemas.

Duzentos metros na frente o motorista respira aliviado:
"Pô, ainda bem que a gente não trouxe nada..."
Ao que é interpelado pelo meu aluno no banco de trás, abrindo a capa da máquina fotográfica:
"NÃO TROUXE NADA O CARALHO, ZÉ! NÃO TROUXE NADA O CARALHO!"

Quem nunca?

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