Feliz ano novo

Deixo uma sugestão para os camelôs que por ventura decidam trabalhar em Copacabana no Réveillon 2013-2014. Ao invés de vender chapéus brancos, varinhas de neon ou oferendas, eles podem diversificar os negócios oferecendo aos turistas camisetas com os dizeres: "Réveillon em Copacabana - eu sobrevivi."  Porque sim, coleguinhas, é uma questão de sobrevivência.

Antes de mais nada deixa eu dizer que amo o Rio. Amo mesmo e já expressei todo esse amor nesse post aqui. Mas no ano-novo esse amor é colocado um pouquinho a prova, não vou mentir para os senhores.

Virada do ano em Copacabana é meio aquela coisa que todo mundo sabe que é roubada mas se sente na obrigação de fazer uma vez na vida - e tem que fazer mesmo porque é lindo, incrível e não se parece em nada com qualquer queima de fogos que você já tenha visto por aí, mas siga os conselhos da tia: se for, fique hospedado em Copa, porque a logística de chegar até lá é aterradora até para os padrões paulistana usuária do transporte público. 

Primeiro que não é só chegar e pegar o metrô, não senhora, tá pensando que é bagunça? Tem que comprar um bilhete especial que ter permite embarcar só no horário especificado. Daí você chega na estação 10 minutos antes do horário do bilhete e já tem uma multidão de gente se espremendo nas catracas esperando dar o horário. E quado dá rola todo o estouro da boiada, e como essa coisa de transporte público é muito inteligente você fica na plataforma esperando o trem por mais uns dez minutos enquanto no sentido contrário, que é para onde ninguém quer ir, passam uns quatro carros. Daí o trem finalmente chega e já vem lotado de um jeito que você pensa "olha, se der um pau nesse negócio e o ar condicionado falhar morre todo mundo, sério." O calor é inacreditável. Isso se você conseguir embarcar no primeiro. Mini ataque de pânico a caminho. 

Entretanto, contrariando todas as possibilidades, você chega e Copacabana está lá, linda como sempre, cheia de gente de todos os tipos (e é isso que eu amo no Rio) vestida de branco, dourado, prateado, colorido e só desejando que o ano seguinte seja bom. Você encontra seu pedacinho de areia, faz contagem regressiva, assiste aos fogos, toma espumante com os amigos e pensa: ah, nem foi tanto perrengue assim. Até que você decide voltar.

Há uma fila para pegar o metrô na volta. Ou melhor, há uma fila gigantesca para entrar na estação. Uma fila que dá voltas no quarteirão, uma fila tão zoneada que está na cara que ela nem existe, que está todo mundo é furando a dita cuja em algum ponto. Você está meio bêbado, cansado, melado de areia e espumante, seu voo de volta sai dali a cinco horas e você dá de cara com uma fila que parece que só vai acabar no dia 4. Não existem táxis, não há possibilidade de ir a pé. Entro na fila sem esperanças, mas ó que dá pra fazer. Uma tia bebíssima atrás de mim fica gritando "imagina na copa!", uma família de uns seis franceses com cara de perdidos entra na minha frente (nota mental: aprender a dizer "o fim da fila é para lá" em várias línguas) mas incrivelmente a coisa anda e em 20 minutos estou no trem que está vazio. Chego ao hotel salva (mas não sã), com todos os meus documentos, dinheiro e  celular. Sobrevivi.

Rio, ainda te amo. 364 dias por ano.

Comentários

  1. Ai mulher, me abraca! Eu ja passei a virada em Copacabana... foi em 1500.. hahaha... na verdade foi em 1998 e eh isso ai que voce falou... A gente TEM que fazer isso uma vez na vida, mas so uma vez, pelamor!

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  2. é por isso que eu adoro esse blog! hehehehe

    já fui cinco vezes, mas não consigo ir em anos seguidos. fui ano passado, mas naõ rolou esse ano. Eu só pensava na desgraça que seria com o calor que tava fazendo.

    ano passado, comprei bilhete das sete, mas o metrô só saiu às 8, mas mesmo assim foi todo mundo cantando adeus ano velho no vagão.

    O macete da volta é deixaõ a massa ir embora primeiro. As filas não acabam ,mas ficam bem menores.

    Ano passado, choveu horrores, comprei uma capa de chuva que rasgou em cinco minutos, fiquei completamente encharcada. Mas acho tudo sempre lindo. aquele céu da meia-noite é a oitava maravilha do mundo.


    Adoro que vc adore o Rio.

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  3. ah, e eu enfrentei uma fila monstruosa pra comprar os bilhetes do metrô pra um grupo de amigos. Começam a vender os bilhetes no início de dezembro, em várias estações, mas o povo ( e eu tb) deixa pra comprar no dia 30, na estação de maior movimento.Fila! fila! fila!

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