Meu cabelo, minhas regras

Meu cabelo é cacheado. Eu sempre fui partidária e apoiadora dos cachos.

Quando era adolescente eles eram compridos, brilhantes, definidos e volumosos. Lindos. Mas aí o tempo, os hormônios, os maus-tratos foram aos poucos deixando meus cachos cada vez mais ralinhos, cada vez mais sem vida, sem definição.

Comecei a usar mais curto, tipo chanel. Rolava todo um bingo cabelo cacheado, do qual já falei neste post.

Depois de um tempo fui cortando, cortando, até radicalizar. Usava joãzinho e adorava, me sentia poderosa. De vez em quando marcava um xis no bingo do cabelo curto com um "quando você vai deixar crescer?" ou "ah, tá bonito, mas cabelão é tão mais feminino."


No começo do ano resolvi deixar crescer de novo. Porque o cabelo é meu, faço o que eu quiser. Para fugir do efeito capacete que cabelo cacheado faz quando começa a crescer, apelei para a química. E gostei, me julguem. Tô aqui toda trabalhada na progressiva e feliz da vida. Como era feliz com os cachos. E com a quase ausência de cabelo. E agora que eu alisei tô tendo que lidar com a patrulha da chapinha, com a galera do "não renegue seus cachos!" "não se curve à ditadura da beleza!" Ó. Preguiça.

Desistam, mulheres. Vai ter sempre alguém cagando regra sejam vocês lisas, cacheadas, carecas.

Meu cabelo não me define. É só uma parte de mim que se renova e que por isso eu posso mudar o quanto eu quiser. Ainda bem, porque pensa numa nêga que não sossega com cabelo.

Comentários

  1. Acho que a questão da química é não fazer porque todo mundo faz - como acontece com a maioria por aí - mas sim fazer porque entende que se sente bem assim, independentemente do que os outros pensam.
    Como cacheada, é isso que eu penso. No seu caso, vc sabe que fica bem com cachos, com ele joãozinho ou alisada, por você se deu a oportunidade. O triste é que, muitas vezes, as pessoas não sabem nem como são sem química e já se tacham que não vão ficar bem sem ela.

    Um beijo,

    http://algumasobservacoes.blogspot.com.br/
    http://escritoshumanos.blogspot.com.br/

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  2. Esse post poderia muito bem ter sido escrito por mim. Eu so teria contado, no meio do caminho, que ja tive cabelo azul.
    Amo meu cabelo cacheado, amo meu cabelo liso com progressiva e franjão... Amo meu cabelo, pronto! Não tem nada de ser "vendida" para a moda.

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  3. Fernanda, você está coberta de razão. O bingo do cabelo alisado tem um peso completamente diferente do bingo do cabelo cacheado por um único motivo: o primeiro não vem mergulhado no preconceito. É cagação de regra pura e simples, dessas que mulher passa a vida toda. Apenas.

    Acho que o post ficou meio white people problems. Quando eu conseguir vou reformular.

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  4. Quando eu era mais idiota do que eu sou hoje, julgava as pessoas pelo o que elas faziam no cabelo. Na verdade, ainda hoje, me flagro falando da chapinha do Feliciano e da Susana Vieira e, claro, não me orgulho disso. Mas, assim, seu liso ficou lindo!

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  5. Essa história do cabelo é um caos. Tenho um cabelo crespo que eu amo², mas um dia acordei e resolvi que após anos de progressiva só pra não andar no modo betânia por aí, ia usar ele escovado.

    Era um tal de: "ai, tá negando teu cabelo?". Até meu professor em plena sala de aula na universidade resolveu emitir opinião.

    A realidade é que eu amo meus crespos. São eternos e nem tem lance de ai me negar. Tem é meu saco psicológico enjoar da minha cara e querer ver umas coisas diferentes de vez em nunca :)

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