Sobre auto estima e consumismo

Na Black Friday do ano passado eu comprei uma caralhada de coisas, principalmente roupas e acessórios. Eu costumava gastar muito dinheiro com isso. Eu era dessas que reclamava de não ter o que vestir com o guarda-roupa abarrotado, com as parcelas da Zara e da Dafiti encavalando no cartão.

Desde que eu me separei e parei de ter aquela voz no meu ouvido dizendo que eu não era boa o suficiente essa necessidade de comprar desapareceu. Eu não compro roupas desde julho (parece pouco, mas eu comprava pelo menos uma peça TODA SEMANA) e só gastei mesmo recentemente com uma boa bolsa de couro dessas que vai me acompanhar por muitos anos e ainda por cima estava em liquidação. Eu aprendi a olhar para minhas roupas de outro jeito, eu redescobri meu estilo e eu comecei a prestar atenção no que os outros vestem para me inspirar. Tem uma moça lindíssima e muito estilosa na minha sala na faculdade e todo dia eu anoto mentalmente o que ela está vestindo para tentar reproduzir depois com as minhas peças. Quase sempre eu consigo e com isso meu guarda-roupa parece ter triplicado, mesmo eu tendo doado muita coisa quando me mudei no começo do ano.

Claro que é fácil falar de desapego e de comprar menos quando nosso guarda-roupa está explodindo, como é o meu caso. Mas lembrem-se que antes isso não fazia a menor diferença. Eu comprava, comprava e estava constantemente me sentindo inadequada. Sentindo que não era o suficiente. Eu hoje me olho no espelho e gosto do que eu vejo e do que eu visto, de verdade. Pela primeira vez em muito tempo. E isso é incrível.

Agora usando GIFs de The Good Place, minha nova obsessão