Sobre o Equador - Galápagos parte 1 (Santa Cruz)

Oi gente, fui pra Galápagos.

E eu morro de medo do mar.

Por que raios uma pessoa que tem medo de mar decide passar suas férias em um arquipélago, você deve estar aí se perguntando. Eu também me perguntei isso todas as 456 vezes que tive que entrar em um barco durante essa viagem porém: sobrevivi. Eu sou dessas, sagitariana medrosa que quer demais ver o mundo e nessa acaba sempre em algum lugar no qual preferia não estar. Se arrepende? Nunca. Essa sagitariana aqui fica é absurdamente orgulhosa de si mesma quando o perrengue acaba e olha: não tem sensação melhor.


Parte 1 - Galápagos/ Santa Cruz (Ou sobre como eu vou ficar feliz se não precisar pegar mais nenhum barco esse ano)

Quando decidimos ir a Galápagos e começamos a buscar informações descobrimos o seguinte: não há informações. Mesmo blogs de viagem renomados explicavam tudo muito por cima, sem detalhes, como se fosse realmente fácil se virar dentro de um arquipélago isolado no Pacífico. Não é fácil abiguinhos, e olha que a Moça de Galochas e eu falamos espanhol e somos viajantes escoladas, ela então, mochileira semi-profissional (dona de uma Deuter de 1.400 reais, inclusive).

Coisas que não nos contaram sobre Galápagos e que teriam nos ajudado muito:

a) Galápagos é um arquipélago e a ilha principal se chama Santa Cruz. Dá pra chegar lá de cruzeiro, mas a maioria dos turistas pega um voo de duas horas em Quito e desembarca em Baltra, que é uma ilha desabitada. Não tem aeroporto em Santa Cruz. Quando fomos comprar as passagens a da Bruna veio com destino Seymour (que é o nome do aeroporto) e a minha veio como Baltra (o nome da ilha). Dá na mesma. Só não pode confundir Seymour aeroporto com Seymour outra ilha do arquipélago (não nos contaram isso e perdemos um tempão discutindo se tínhamos comprado passagem pro lugar certo). Uma vez em Baltra a gente pega um ônibus grátis até o pier e de lá um barco que custa 2 dólares para atravessar o canal e chegar a Santa Cruz (5 minutinhos). O pier onde o barco atraca fica a cerca de 50 km de Puerto Ayora, a principal cidade da ilha e onde todo mundo fica hospedado. Tem um ônibus de 2 dólares saindo do pier que faz esse trajeto, mas ele só roda até as 10 da manhã (ninguém nos contou isso), ou seja, não serve pra muita coisa já que todos os voos chegam em Baltra depois disso. A solução então é pegar um táxi, que lá são umas pick-ups que ficam esperando o povo sair dos barcos. Custa 25 dólares o carro, então compensa se juntar com o povo que está saindo do barco com você e dividir já que vai todo mundo pro mesmo lugar. A gente pagou 15 dólares (as duas) e foi na caçamba da pick-up porque o negócio lá é vida loka sim.


Quatro voos, um ônibus, um barco e uma caçamba de pick-up pra chegar

b) Galápagos é um parque nacional e eu já imaginava que teríamos que pagar um taxa para entrar mas novamente site nenhum dizia o valor. São 20 dólares ainda em Quito para embarcar (taxa ambiental) e mais 50 dólares ao chegar em Baltra (entrada do parque). Ou seja, preparem o bolso porque só para entrar em Galápagos você vai desembolsar 70 dólares.

c) Aliás preparem mesmo o bolso porque a moeda oficial do Equador é dólar e nas ilhas é tudo caríssimo (10 dólares um cerveja 600 ml, meu povo!). Em Quito melhora bastante. 


"Equatorianamente refrescante" e custando um rim

d) A maioria dos passeios em Santa Cruz dá pra fazer sozinho, a pé, de bicicleta ou de táxi (dentro da cidade é barato, 3 dólares te levam a quase qualquer lugar. A cidade é bem pequena e as bikes custam cerca de 3 dólares a hora ou 10 dólares pelo dia). Se você passar em uma agência vão querer te vender tours de 30 dólares para ver tartarugas gigantes ou os túneis de lava. Descole um taxista que ele te leva. Tartarugas gigantes dá pra ver de graça na fundação Charles Darwin. Snorkeling dá pra fazer em las Grietas, uma piscina lindíssima entre dois paredões de pedra. Dá pra chegar lá de táxi aquático, só chegar no pier e perguntar por las Grietas. Custa 80 centavos e chegando lá é tudo muito sinalizado, não tem como não achar. Se você não tem equipamento dá pra alugar no meio do caminho. Pagar tour pra fazer snorkeling não vale a pena, melhor ir a las Grietas mesmo. Há também duas praias mais distantes (Puerto Ayora, na parte da cidade, não tem praia de areia, é tudo pedra), Playa Mansa e Playa Brava nas quais dá pra chegar a pé (uma hora de caminhada). São mais distantes, então não sei se dá pra chegar de táxi aquático. Nós pagamos 30 dólares por esse tour de barco mas tenho quase certeza que fomos enroladas.


Las grietas (peguei essa foto da internet porque no dia que eu fui estava nublado, mas é basicamente essa lindeza toda mesmo)

e) O que você vai ter que pagar: os tours para as outras ilhas (Isabela, Bartolomé, San Cristóbal). Custam cerca de 120 dólares, você sai de barco de manhã e retorna por volta das 17h00, faz snorkeling, tem almoço incluso. Os tours para as ilhas  não são diários então é preciso agendar com antecedência nas agências porque eles costumam lotar. Se você quiser fazer o batismo de mergulho (eles chamam de discovery) vai custar cerca de 160 dólares. Aliás, se você for fazer snorkeling, como eu disse, pode alugar o equipamento lá (máscara e tubo), mas recomendo que leve sapatilhas de mergulho também. É tudo pedra por lá, a Bruna machucou o pé nessa brincadeira. É bem diferente de fazer snorkeling aqui no Brasil, por exemplo. Aliás, não vá achando que vai pra praia e coloque só havaianas na mala. Tem muita pedra escorregadia por tudo quanto é lado e a gente desejou demais ter levado um par de papetes ou crocs (escolhendo entre dignidade e segurança, você decide).

f) O que você vai comer: peixe, peixe, peixe e frutos do mar. Como eu disse é tudo caríssimo por lá, mas achamos um lugar bem simpático chamado the Rock que servia almoço de menu fixo com sopa e prato principal por 5 dólares. Tinha ceviche (que lá é servido com arroz e pipoca), carne ou frango ensopado (que ironicamente eles chamam de "seco") com arroz e banana da terra e outros pratos que variavam ao longo da semana. Não tem muita opção vegetariana a não ser pizza e um ou outro sanduíche.


Falo e provo, olhaí o arroz e a pipoca (inclusive combina demais, recomendadíssimo)

Voltem depois para os causos da viagem, abiguinhos. Ainda tem as partes 2 (Ilha Isabela) e 3 (Quito).




















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