Sobre o Equador - Quito

Eu não conheço praticamente nada da América Latina. Passei 10 dias em Buenos Aires em 2007, fiquei alguns dias em Mendoza em 2014, conheci Santiago, Valparaíso e Viña del Mar em 2008. Daí fui pro Equador.

Eu já tinha me apaixonado pela América Latina em isla Isabela e Quito veio para confirmar que eu estava certa. Alguns fatos sobre Quito:

1. Não faça o rolê pobrinho de sair do aeroporto de ônibus. Repito: não faça o rolê pobrinho. O táxi do aeroporto até o centro histórico sai por 25 dólares e como a gente já tinha sido esfolada em Galápagos resolvemos tentar ir de ônibus. Eis o que aconteceu:

O ônibus sai do aeroporto e custa dois dólares. É bacaninha, confortável, etc. Porém demora. Muito. O aeroporto é numa cidade vizinha e o ônibus leva cerca de uma hora pra te deixar em um terminal enorme. Lá você paga 25 centavos e pode pegar quantos ônibus quiser em 24 horas, sim, transporte público em Quito é baratíssimo. Dali pro centro histórico são mais dois ônibus que pegamos em horário de pico e com muito trânsito. As lindas lá, cheias de malas, espremidas no Barra Funda - Jardim João XXIII deles. Ainda bem que a gente é paulistana e tá acostumada, mas não foi legal não. Não faça o esquema pobrinho.

2. Quito fica na altitude, a quase 3 mil metros. Algumas pessoas relatam que se sentiram mal. Eu particularmente não senti nada. No primeiro dia achei que me cansei mais do que o esperado para subir as escadas do hostel mas logo em seguida achei bem normal. Andei bastante, subi ladeiras, pra mim foi bem de boas, mas eu tenho mesmo a impressão que meu corpo se adapta bem rápido a condições adversas. Pra quem se sentir mal, tem chá de coca em qualquer lugar, dizem que ajuda. Eu tomei, parece um chá preto bem forte. Não é ruim não, mas eu sou suspeita porque amo chá preto.



3. O centro histórico é lindíssimo. Segundo a Bruna, que conhece mais a América Latina do que eu, é o mais bonito que ela já viu.  Por todo lado tem gente vendendo frutas com uma cara ótima e não há gente pedindo dinheiro praticamente. A impressão que tive é de que é um povo simples, que vive sem luxo (há lojas de armarinhos por todo lado, o que me faz achar que é bem comum que as pessoas ainda façam suas próprias roupas) mas que não passa necessidade.


Falo e mostro, olha a lindeza


Fotinho bem turista na Ronda, o bairro boêmio de Quito

4. Fizemos um daqueles walking tours pelo centro. Eu amo walking tours e se você fala inglês (são sempre em inglês) recomendo demais, é um jeito barato e ótimo de conhecer a cidade e ouvir histórias bacanas. O guia nos fez achar que o Equador é o melhor lugar do mundo pra se viver, com saúde e educação gratuita para todos e transporte, água, luz, gás e internet subsidiados pelo governo. Também nos contou histórias bizarras sobre a política local como confisco de poupança (a gente fez primeiro, dsclp) e presidente fugindo de helicóptero do palácio do governo, além de presidentes decapitados ou assassinados saindo da igreja. Beto, o guia levemente petralhinha, claro que me apeguei. 

5. Pra comer: não vi muita opção vegetariana não. Eles comem muito (inclusive no café da manhã) um ensopado de peixe chamado encebollado. Vi em tudo quanto é lugar, principalmente nos restaurantes mais simples do centro e no mercado municipal. De típico mesmo eu comi uma espécie de bolinho achatado de mandioca (tortillas de yuca) no café da manhã e uma frango com molho de amendoim que gente, tava bom demais. E se um dia você for a Quito, por favor: traga um carregamento de chocolates Pacari. Vende em tudo quanto é lugar e é maravilhoso. Eu trouxe alguns com uns sabores meio "exóticos" (erva cidreira, gengibre com chia, figo e rosa andina) e uns mais tradicionais (café, sal, 70%) e sinceramente, não sei o que vai ser da minha vida sem eles. Isso, claro se você curte chocolate amargo. Se seu negócio é chocolate super doce, não vai rolar.


Esse de rosa andina particularmente tinha um retrogosto de perfume (lógico), não curti muito, mas todo o resto é meodeosdocéo que negócio bão

6. Somos duas senhoras idosas em corpos de trintonas então acabamos não saindo a noite lá. O máximo que conseguimos foi tomar umas cervejas artesanais na Plaza Foch (eles pronunciam Fóchi, ainda bem, Fók seria estranho) que pelo jeito é mesmo o lugar das baladas. Pareceu bem animado. 

7. Táxi lá é bem barato, rola pegar tranquilo. Se você tiver mais tempo deve ser bem de boa e ainda mais barato andar de ônibus (25 centavos por dia, lembram?) 

Eu voltei um dia antes do programado porque tinha uma seleção de emprego e consegui remarcar a passagem de graça. Arrependidíssima pois o emprego não rolou e perdi um dia, queria ter ido até o parque da Mitad del Mundo. Quem sabe um dia eu volto. Amei Quito, amei a comida, amei as pessoas de lá e as próximas viagens já tem destino certo: América Latina pra vida. 

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