Uma versão bem acabada da vida adulta II

Eu tentei responder os questionamentos do post anterior na terapia e cheguei a algumas conclusões:

A gente tende a focar nas coisas que não saíram como planejado. No meu caso, por exemplo, minha pedra no sapato sempre foi a carreira acadêmica que eu abandonei muito antes de começar por insegurança e ansiedade. Nesse meio tempo, no entanto, eu comprei um apartamento, viajei muito e construí relacionamentos sólidos e, até a página dois, saudáveis. Mas eu escolhi focar na carreira acadêmica que nunca existiu e medir meu sucesso enquanto adulta bem acabada baseada exclusivamente nisso. 

Uma amiga super foda, inteligente, esportista, viajada, professora em um dos colégios mais tradicionais de São Paulo, outro dia me disse que a vida dela não saía do lugar simplesmente porque ela ainda vivia de aluguel. A outra, independente, emprego bacana, carreira consolidada, se sentia um fracasso por ainda não ter casado nem ter filhos. Parece que pra todo mundo a única coisa que nos definiria como "versões bem acabadas da vida adulta" é exatamente aquela que a gente não conquistou porque né? A vida, o mundo, as coisas às vezes são assim. 

Talvez a gente nunca chegue a ser essa tal versão bem acabada. E tudo bem. 


Comentários

  1. A mais pura verdade. Eu fico nessa de não ter casa própria, apesar de me sentir realizada em várias outras áreas da vida. Agora tenho praticado o agradecimento diário e tem me feito muito bem.

    Beijossssssss
    ┌──»ʍi૮ђα ツ

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