Ignorância sem limites

O sujeito dá aula de Geografia. Eventualmente, portanto, falará sobre Geopolítica com os alunos do ensino médio. Inevitavelmente, nesta época do ano, mencionará o 11 de setembro.
E aí o sujeito solta a seguinte pérola na sala dos professores: "Até que morreu pouca gente no 11 de setembro. O que são 3 mil pessoas perto do tanto de gente que os Estados Unidos já mataram?"
Alguns professores concordam. Outros ficam quietos. Eu, em nome da boa educação e da convivência, me levanto e vou buscar um café. Porque não fosse por estes detalhezinhos de civilidade e tal, eu teria retrucado:
"Então tá liberado. Deixa o Paraguai invadir o Brasil e matar uns 250 mil, que pelas minhas contas é o que a gente ficou devendo pra eles. E o povo da América Latina pode ir pra Espanha e dizimar a população inteira do país que ainda assim não vai fechar a conta dos nativos que a espanholada dizimou. E Hiroshima na verdade foi bem feito, o que aqueles japas tinham que se meter lá em Pearl Harbor? Porque é assim que gente esperta pensa, né?"
Ou talvez, se eu tivesse um pouco mais de senso de humor, teria dito alguma coisa do tipo: "Meu irmão morreu no World Trade Center."

E esse cara vai dizer essas coisas para a molecada, que já acha lindo odiar os Estados Unidos. Sério, que energúmeno.

Comentários

  1. Por isso eu não me dou muito bem com os outros professores de Geo. Eu não tenho essa cretinice toda. Não há como justificar mortes, com mais mortes, não importa o número ou o local.

    O pior é saber que não se tem nem o pudor de guardar essas opiniões pra si. Parecem que eles querem criar uma mini milícia ideológica, quando o papel de um professor é justamente o contrário, é ajudar o aluno a formar sua própria opinião e portanto ser resistente a ideologias. Enfim, dureza ser professor. Mais dureza ainda é ser professor e estar na maré contrária...

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  2. O pior é saber que esse ser humano só está reproduzindo o que ele ouviu em outras salas de professores.

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  3. Um amigo meu morreu no WTC. Não, não é piada. Gente que fala esse tipo de coisa na minha frente ganha um inimigo pra vida inteira, e se insistir no ponto, faço questão de extrair os dentes do cavalheiro.

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